Lisbonne. Statue du Marquis de la Bandeira
Da autoria do escultor italiano Giovanni Ciniselli (1832-1883), o Monumento ao Marquês de Sá da Bandeira foi inaugurado a 31 de julho de 1884.
Esta prova fotográfica, datada de c. 1890, escassos anos após a inauguração do monumento, fez parte de um álbum intitulado Lisbonne. Um exemplar desse álbum de vistas de Lisboa, que circulou certamente em meios franceses ligados ao nascente turismo internacional, esteve na posse do eng. Augusto Vieira da Silva (1869-1951) , tendo sido adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa aos seus descendentes, em 1953.
Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo (Santarém, 1795 - Lisboa, 1876), Marquês de Sá da Bandeira, foi um homem de ideais, um combatente permanente pela liberdade e pela igualdade. Considerava que milhares de súbditos da coroa portuguesa – os escravizados – não gozavam das garantias que a carta constitucional lhes concedia. Foi, por isso mesmo, um abolicionista convicto, mas também um incrementador colonial. Advogava a abolição total da escravatura, considerando que só o trabalho livre e a instrução eram os verdadeiros fatores de desenvolvimento dos territórios africanos. Como legislador, e enfrentando as autoridades e os colonos de África, aboliu gradualmente a escravatura e o tráfico negreiro, com vários decretos-lei entre 1836 e 1869. O monumento que lhe presta homenagem foi financiado por subscrição pública e, entre os contribuintes, contaram-se vários antigos escravos.
Foi o próprio que escreveu o seu epitáfio: “(…) serviu o seu país, servindo as suas convicções, morre satisfeito. A pátria nada lhe deve".
© Museu de Lisboa